METODOLOGIAS PARA CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE RESÍDUOS DOMICILIARES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores

  • Viviane Jin Hee Kim Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP
  • Gabriela Guerrize Conte Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP
  • Valdir Schalch Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP

Resumo

O crescimento populacional associado ao processo de urbanização e aos novos padrões de consumo resulta em uma maior geração de resíduos domiciliares e alteração da composição gravimétrica dos mesmos. Por isso, se faz necessário que as gestões públicas busquem uma gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos que seja ambientalmente adequada, visando minimizar impactos ambientais negativos e riscos à saúde humana. Para tal, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determina que os municípios elaborem Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), que devem ter como um de seus conteúdos mínimos o diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados, incluindo sua caracterização física. Porém, não existe uma metodologia padronizada para realizar este procedimento, o mais próximo que o Brasil possui é a Norma NBR 10.007 (2004), quanto á sua amostragem, mas que ainda deixa muitas lacunas para cada município realizar suas adaptações. Consequentemente, isso pode acarretar em uma caracterização incorreta e comprometer a conclusão do estudo, além de dificultar a comparação dos resultados de diferentes locais. Por isso, o objetivo é levantar trabalhos que realizaram a caracterização física de resíduos domiciliares, cujo objeto de estudo fosse municípios do Brasil e publicados a partir de 2010, ano este que foi instituída a PNRS. Para isso, realizou-se uma revisão sistemática simplificada e em seguida, compararam-se alguns aspectos da metodologia, como por exemplo: uso ou não do método de quarteamento e a quantidade e nomenclatura das tipologias adotadas. Os resultados indicaram que 66,7% adotaram o método de quarteamento, conforme recomendado pela norma, o que foi interpretado como satisfatório. Porém, a quantidade de tipologias variou de 5 a 47 e a quantidade de nomenclaturas observada foi de 52, o que indica uma grande heterogeneidade destes aspectos. Portanto, conclui-se que é necessário o desenvolvimento de uma metodologia padronizada para orientar o levantamento da composição gravimétrica dos resíduos domiciliares dos municípios brasileiros, incluindo quantas e quais tipologias devem ser consideradas no mínimo, pois a recomendação existente na norma, dentre os analisados, é o único item que foi adotado pela maioria.

Palavras-chave: Caracterização física; metodologia; revisão sistemática.

Biografia do Autor

Viviane Jin Hee Kim, Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP

Graduada em Engenharia Ambiental pela Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP em 2016 e mestranda no Programa de Pós-Graduação do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP.

Gabriela Guerrize Conte, Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP

Graduada em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 2015 e mestranda no Programa de Pós-Graduação do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP.

Valdir Schalch, Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP

Atualmente é Professor Sênior do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo e Professor Titular da UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto-SP. Coordenador do NEPER - Núcleo de Estudo e Pesquisa em Resíduos Sólidos. Atua na área de resíduos sólidos quanto à gestão e gerenciamento integrado e tecnologias de destinação e disposição final ambientalmente adequadas. Possui graduação em Engenharia Química pela Escola Superior de Química Oswaldo Cruz (1976), mestrado em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (1984) e doutorado em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (1992). Professor visitante da Universidade de Nebraska, Lincoln-EUA (1999-2000).

Publicado

2018-06-27